Brasileiros confiam na ciência, mas ainda precisam ser cativados pelo tema

Brasileiros confiam na ciência, mas ainda precisam ser cativados pelo tema

Redação Biofocushub

Com frequência nos perguntamos se a sociedade em geral se interessa por ciência. Ou quando não se observa um interesse natural, será que existe espaço para o estímulo? Como os conteúdos podem ser impactantes e atingirem a audiência? A boa notícia é que no Brasil, existe confiança na ciência, nos profissionais que trabalham na área e não faltam expectativas sobre as entregas do setor para o País.

A quinta edição da Pesquisa Percepção Pública da Ciência & Tecnologia no Brasil mostra que, a maioria dos brasileiros é otimista em relação à ciência e tecnologia: 73% dos entrevistados acreditam que esses setores trazem mais “benefícios do que malefícios” ou “trazem apenas benefícios” para a sociedade.

Na análise, foram ouvidas 2,2 mil pessoas de 16 a 75 anos de idade de todas as regiões do Brasil. Para a maior parte dos entrevistados, a ciência e a tecnologia são essenciais para o nosso desenvolvimento. Em relação a temas de interesse, observamos a forte liderança da “medicina e saúde”, com 79% de preferência, e “meio ambiente”, com 76%. A percepção positiva em relação aos cientistas é evidenciada pela maioria dos entrevistados identificarem os cientistas como “pessoas inteligentes que fazem coisas úteis à humanidade”.

Para os brasileiros, as universidades e institutos públicos de pesquisa são as fontes com maior credibilidade de informações. Numa escala de “-1” a “1”, o nível de confiança dos participantes em relação aos profissionais de ciência é de 0,84, atrás apenas dos médicos (0,85). Em seguida, estão os cientistas das empresas (0,46).

70% dos brasileiros declaram acessar internet todos os dias ou quase. Contudo, a facilidade de acesso às mídias, não significa que o público tenha hábitos de buscar informações sobre temas da ciência. A maioria dos brasileiros diz buscar “nunca” ou “raramente” informação sobre o tema em qualquer mídia. Interessante notar, porém, que um brasileiro em quatro diz conversar sobre temas da ciência com amigos, às vezes ou frequentemente.

Mas, para as duas mídias mais acessadas – internet e TV, a porcentagem dos que afirmam usar “frequentemente” ou “às vezes”, é, respectivamente, 39% e 47,4%. Na internet, os brasileiros recorrem aos sites de busca (21%) e as plataformas Facebook (13%) e Youtube (11%) como ferramentas de informação sobre ciência.

A pesquisa nos revela que a ciência é percebida como chave para o nosso futuro. A maioria dos brasileiros, respeitam e valorizam o tema, esperam maior investimento, mas têm baixo consumo de informações sobre ciência e tecnologia. Os resultados não são surpreendentes para quem acompanha as discussões associadas à percepção pública sobre as inovações oriundas da ciência.

Contudo, sabemos que a comunicação em ciência vai muito além de desfazer mitos, trabalhar conceitos e mostrar benefícios. É preciso estabelecer fortes conexões com os mais diversos públicos da sociedade, inserindo as temáticas da ciência na sua realidade e tendo cientistas preparados para abraçar esse propósito. Com isso, poderemos seguir numa trajetória que, efetivamente, possa engajar brasileiros nos temas da ciência.

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